Junto com Janos Meszaros elaborou em 1986 o projecto para uma escola internacional de música no conjunto histórico de Nuevo Baztán, povo e palácio barroco construído por Churriguera a 45 km de Madrid, mas as rivalidades da mediocridade política frustraram qualquer sucesso.
Como compositor, alguns dos títulos das suas obras como o Oppius dei-Quadros duma máfia musical espanhola parecem ter uma intencionalidade beligerante, mas são só uma maneira algo irreverente, divertida e sonora de se rir das capelinhas de medíocres que pretendem controlar a música. Há Teses de Doutoramento onde se estuda e analisa a sua obra compositiva mas auto-exclui-se das máfias, dos grupos de poder e de qualquer ente que não defenda o direito dos criadores a viver dos rendimentos do seu trabalho.
Em 2003 começou a publicar no hebdomadário galego A Nossa Terra, com a rubrica O Bardo na Brêtema, um artigo semanal sobre música erudita e a incultura dos políticos galegos. Essa rubrica continua a publicar-se, agora nos jornais A Aurora do Lima de Viana do Castelo (o mais antigo da Europa) e As Artes entre as Letras do Porto. Também publica artigos académicos no âmbito da educação artística e do ensino de música. Em parceria com o Centro de Investigação em Estudos da Criança do Instituto de Educação da Universidade do Minho, organizou em Ponte de Lima o I Simpósio Nacional 'Percursos do Ensino da Música' do 7 ao 9 de julho de 2014.
É Académico Fundador da AGLP (Academia Galega da Língua Portuguesa) a quem dedicou a suite para guitarra Deu-la-deu, estreada nos atos da sessão inaugural.
Defende a forma significante e a atitude estética para combater o olhar vazio que produz a arte sem sonho da decadência.
Em 1980 criou uma editora de música onde publicou um amplo catálogo de partituras de jovens compositores assim como uma colecção de fac-símiles da música antiga. Também promoveu e financiou revistas polémicas e irreverentes como “La Matraca”, feita por estudantes do Real Conservatorio Superior de Música de Madrid, e “Da Capo” (Panfleto musical independiente del país).
Em 1972 fundou as Juventudes Musicais de Vigo e em 1976, com o grupo Letrinae Musica, apresentou em Santiago e Vigo o movimento novo-neo-new-dadá Quadrado de Pi, ligado ao movimento Fluxus, para sacudir a infâmia que deitara no país o excrementíssimo ditador.
Foi professor da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo e da Academia de Música de Vila Praia de Âncora e Ponte de Lima e é professor de História da Cultura e das Artes no Conservatório de Música do Porto.
Rudesindo Soutelo nasceu a 29 de Fevereiro 1952 em Valdrães - Tui (além Minho). Estudou nos Conservatórios de Vigo, Madrid e Schaffhausen (Suiça), sendo discípulo de Rodolfo Halffter e Agustín González de Acilu em composição, e de Janos Meszaros em fagote. Tese de Mestrado em Educação Artística sobre a criação de um conto musical, intitulada A complexidade do simples. Tese de Mestrado em Ensino de Música sobre Sons e Silêncios duma vida, Relatório de atividade profissional.