Esta página informa das novidades de O Bardo na Brêtema, rubrica jornalística e alter ego do compositor Rudesindo Soutelo
“Nenhuma burocracia pode funcionar a não ser que aqueles que se lhe encontram sujeitos adotem atitudes, hábitos, crenças e orientações específicas” diz Bruce Curtis, mas “estas atitudes, hábitos, crenças e orientações específicas” diz Bruce Curtis, mas “estas atitudes, hábitos, crenças e orientações não emergem de uma necessidade técnica; são o produto de conflitos complexos e prolongados”.As Academias e Conservatórios de Música iniciaram muito recentemente um processo de democratização forçada pela universalização do regime articulado no ensino vocacional da música, e a sua cultura organizacional e pedagógica demanda uma pro-funda reflexão para acompanhar as mudanças. Os paradigmas de lide-rança precisam de legitimação mas antes é preciso saber qual é a função que a sociedade reserva para este tipo de instituições. Será o papel ‘reprodutor’ que tinha nas suas origens? [Ver artigo completo]
Os números inteiros, figurados, racionais, amigáveis, perfeitos, incomensuráveis, são expressões que encerram mistérios e daí a sua carga mística. Albert Freiherr von Thimus, na sua obra O simbolismo harmónico da antiguidade[1], estabelece a natureza musical e a matemática do sistema simbólico das culturas antigas, baseada no conhecimento dos harmónicos. A música era a chave do conhecimento do cosmos como o prova o conceito pitagórico de ‘música das esferas’ celestes.
Pitágoras instituiu os fundamentos científicos da música e concebeu os números triangulares. A tetractys (1+2+3+4) dominou dois mil anos da música ocidental. Esses quatro primeiros parciais harmónicos da física do som conformam os intervalos de oitava, quinta e quarta, que foram considerados como consonâncias perfeitas. No Renascimento, esse princípio pitagórico será ultrapassado por Gioseffo Zarlino, na Institutioni Armonichi (1558),onde alarga as consonâncias para os intervalos de terceira e a esse conjunto dos seis primeiros harmónicos designou senario.[Ver artigo completo]
Acaso a música religiosa de Mozart não é, como a religião em si, ópio para o povo? Quem faz esta pergunta é um teólogo católico, Professor Emérito na Universidade alemã de Tubinga, Hans Küng, num ensaio intitulado ‘Mozart: Spuren der Transzendenz’ (Mozart: Vestígios da Transcendência) que escreveu com motivo do bicentenário do compositor salzburguês e que está incluído no seu livroMúsica e Religião.
“A música e a religião”, diz Hans Küng, “são fenómenos universais da humanidade, no sentido tanto diacrónico –ao longo da história– como sincrónico –através dos continentes”. E, como tais fenómenos universais, são altamente complexos e com patrões humanos ambivalentes. A religião pode difundir humanidade mas também justificar a inumanidade, assim como a música é utilizada tanto para o bem como para o mal. Hans Küng refere como a música deu expressão a sentimentos nobilíssimos, a belezas indescritíveis e de felicidade sublime.[Ver artigo completo]
A psicologia chegou a algumas conclusões que estão a mudar o conceito de talento musical. John A. Sloboda afirma que “a maioria das nossas respostas à música é aprendida” e que “as respostas emocionais não podem explicar-se simplesmente em termos de condicionamento” pois “a forma e o conteúdo musicais são irrelevantes para o caráter emocional adquirido; só importa o contexto”. [Ver artigo completo].
No ano 1973, John Blacking, define a música como um produto do comportamento dos grupos humanos, “seja formal ou informal: é som humanamente organizado”. [Ver artigo completo].